segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Amigo é:

Amigo é:

Amigo é um cara que está sempre contigo;
que te entende;
quer saber dos teus problemas;
se preocupa com o seu bem-estar;
deseja estar contigo nos melhores e piores momentos.

Resumindo:
Amigo é coisa de viado!
Vamos beber, porra!

(lindíssimo depoimento enviado a um... ahn... outra palavra que não "amigo")

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Como ser culturalmente desagradável (resumo)

Pombas, o texto original ficou longo pra caramba...

Enfim, se você não vai ler toda a minha dissertação sobre como encher o saco dos outros, vai aí o resumo:

Na cultura grega era Hélios que dirigia a carroça solar, não Apolo; no mito original da Guerra de Tróia, Aquiles morre com um golpe de lança no cotovel, nada de calcanhar; o material mais forte conhecido não é o diamante nem o irídio, mas uma porcaria chamada "fulereno", principalmente o no formato de tubo, o que não passa de uma molécula gigante de carbono. (mais informações ou se vira na internet ou lê o texto todo, dane-se)

Fim! É que eu achei essas coisas tão legais e desconhecidas que, bem, eu tinha que compartilhar de alguma maneira e ser desagradável ao mesmo tempo! Tem também uma coisa sobre a Segunda Guerra que eu não coloquei e... ei, espere, não vá embora! Saco...

Como ser culturalmente desagradável

Convenhamos, todos gostam de ser desgradável. Eu não digo desagradável do tipo que fede ou que não percebe que não deixa ninguém mais falar, mas desagradável do tipo que sabe que está sendo desagradável, que é desagradável de propósito, que gosta de ver no rosto das pessoas a expressão "que pessoa desagradável". Enfim, se você não gosta de ser desagradável, acha esse tipo de intenção desagradável e a repetição da palavra "desagradável" desagradável, enfim, dane-se, o blog é meu. Vamos ao ponto em que quero chegar.

Ser desagradável, sem ser um babaca, é uma arte que... enfim, me expressei mal. Ser desagradável, sendo um babaca, mas ainda pagar uma de superior e alimentar seu ego doente é uma arte. A melhor forma de fazer isso é sendo culturalmente desagradável. Como? Enfim, sabe aquela pessoa que fica te corrigindo em tudo que você fala errado? Pois é, ela não é desagradável, você quem fala errado. Sabe aquela outra que entende de tudo, para todo assunto tem uma aula, e nunca deixa dúvida no ar mesmo que você não a queira respondida? Pois então, essa pessoa é inteligente, não desagradável, e você provavelmente é o tipo de burro que permite a existência de gente assim. E aquela outra pessoa que quando você quer ver um joguinho de futebol e fica arbitrando no lugar do árbitro, 'tecnicando' no lugar do técnico e falando a biografia do jogador? Essa é do tipo estupidamente desagradável, mas não tem nada de 'culturalmente' nisto. Enfim, o que é ser culturalmente desagradável!?

Direto ao ponto. É aquela pessoa que procura ou descobre coisas, realidades científicas ou históricas, que são diferentes do senso comum e empurra o assunto para o que descobriu, fazendo você dizer a coisa errada apenas para te corrigir ou começando uma frase com o "Sabia que...?". Mas a real arte deste tipo de atitude desagradável é a seguinte: jogar para este assunto, induzindo a pessoa ao erro, sem ela perceber que você está sendo um cretino OU pegar alguma pessoa aculturada e um assunto tido como inteligente, mas com alguma pegadinha escondida, e "ensiná-la" o correto, especialmente quando a sua correção é o tipo de detalhe desnecessário que muitos professores do tema nem conheceriam.

Enfim, alguns exemplos cretinos das duas possibilidades:

Pegue uma pessoa popularmente conhecida por sua cultura e acerte-a com a seguinte pergunta-armadilha: "Qual deus dirigia a carroça do Sol na mitologia grega?". Se a pessoa que você pegou tem realmente algum nível de cultura elevado irá responder Apolo. Pimba, no alvo (sim, a Disney mentiu para você)! Diga para ela que está errada e saliente que sua pergunta é arrepeito da cultura grega, não romana. A pessoa não entenderá onde quer chegar pois geralmente a cultura grega e romana estão associadas em greco-romana. Enfim, meu momento desagradável:

Na cultura grega original a entidade divina responsável por dirigir a tal carroça é Hélios, o deus homenageado pelo famoso Colosso de Rhodes, e não Apolo. Explique que apesar de Apolo representar a luz solar, é Hélios que representava o Sol em si, como deus-sol, por assim dizer. Agora para sagrar-se como cretino, explique de onde vem o erro! O erro está exatamente na associação da cultura grega com a romana. Você sabe que os romanos alteraram o nome dos deuses gregos, correto? Tipo, Zeus para Júpiter, Poseidon para Netuno, Hades para Plutão, Apolo para Febo e Hélios para Apolo! Isso mesmo! O nome "Apolo" foi trocado de deus na mitologia romana! É como se o Zé passasse a se chamar João e o Pedro, então, de João. O nome foi trocado, mas a divindade não. Por mais que Apolo puxe a corraça na mitologia romana, este Apolo não é o deus que você associa com a mitologia grega. Você não sabia disso, aposto. Assim como também não sabia que Aquiles na mitologia original morre com um golpe de lança no cotovelo e nunca foi definido como invulnerável. O "calcanha de Aquiles" surgiu apenas no século I, alterando a lenda grega original.

Fui chato, não? Escrevo pra caramba, eu sei, e fico martelando em temas que não fazem mais diferença hoje em dia, como mitologia grega (mas aposto que se você se achava conhecedor dela não sabia das coisas que falei). Mas, calma, não terminei ainda! Há a outra forma de ser desagradável ainda, a de empurrar um assunto aparentemente comum para uma armadilha desagradávelmente cultural, e sem voltar milhares de anos no passado!

Comece falando de dinheiro de alguma maneira (tema recorrente, ahn?). Enfim, fale alguma coisa de ser rico de repente, loteria, sei lá. Puxe o assunto para valor em ouro, vá para preciosidades como pedras e etc, enfim, chegue no diamante! Daí lance a pergunta malévola do tipo "vocês sabem qual é o material mais duro conhecido, não sabem?". Alguém provavelmente dirá o tido como óbvio: diamante. Errado! Alguém mais avançado poderia dizer o irídio, elemento mais duro conhecido, também errado! Ao material mais duro conhecido é o, se preparem para a palavra que fará as pessoas te acharem desagradável, fulerenooooo (com um 'o' só)! Claro que nenhum ser humado sádio, que não seja químico ou físico experiente, sabe o que diabos é um fulereno maaaas, se você leu até aqui, não é sádio, então vamos continuas. Ninguém entende patavinas por fulereno, então diga inocentemente que é particularmente o fulereno conhecido por tubos de Bucky (buckytubes), ou simplesmente nanotubos de carbono. Por nanotubo de carbono alguém já deve entender. Se você fez colegial deve saber que o diamente é feito de carbono e o que o torna tão forte é o formato da molécula, pois bem, mesmo caso são os fulerenos; também são de carbono, mas combinados em uma molécula MUITO forte (acredita-se a mais forte possível).

Pois bem, você teve a sua dose de cultura inútil de hoje e eu já fui culturalmente desagradável o suficiente em um longo e tedioso texto só. Agora só imaginem tudo isso sendo contado numa mesa de bar para um grupo de pessoas que querem que você, seu jeito desagradável e sua cultura inútil se explodam. Ha, ha, ha, a vida pode ser tão desagradável... PARA OS OUTROS! Claro, e mais divertida para voicê também.

Fulerenos... eu vi isso na tv hoje. Eu mesmo me daria um soco na cara por isso! E essa do Apolo, então... porra, que merda, tipo, foda-se!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Planeta distante

Um planeta distante parece tão mais belo... até você chegar lá e ser destroçado por uma gravidade aumentada, ventos sulforosos e variações térmicas exorbitantes.
Enfim, todo mundo é como a Terra.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

AK-47-7-7

Quando eu crescer quero ser vietcongue.
Quero lutar no sudeste asiático,
me esconder num buraco,
e atirar minha AK-47-7-7.

Só para radicalizar vou atirar no Ho Chi Minh,
porque não sou de esquerda ou direita,
e mostra que o mundo tem mais com o que se preocupar.

Enquanto uns morrem de fome,
a velha direita ainda briga com a velha esquerda,
fazendo "política",
e ninguém mais lembra do homem com a metralhadora.

O importante não é a guerra, dizem eles;
o importante é a ideologia, dizem eles.
Mas a ideologia que causa as guerras,
e nas guerras morrem os inocentes,
e da ideologia vivem os indecentes.

Outro dia eu elegi um presidente,
e ontem ele desvastou meu país numa guerra.
"Um ideal nunca morre", dizem eles,
mas todos que eu amava, o ideal matou.
Eu queria matar idéias desse tipo.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Quase nem te espero


Quase nem te espero chegar, Tuany Fraga.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Branco, heterossexual, de ficha limpa e discriminado

Hoje, tenho eu a impressão de que o ‘cidadão comum e branco’ é agressivamente discriminado pelas autoridades e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que sejam índios, afrodescendentes, homossexuais ou se auto-declarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos.

Assim é que, se um branco, um índio ou um afrodescendente tiverem a mesma nota em um vestibular, pouco acima da linha de corte para ingresso nas Universidades e as vagas forem limitadas, o branco será excluído, de imediato, a favor de um deles. Em igualdade de condições, o branco é um cidadão inferior e deve ser discriminado, apesar da Lei Maior.

Os índios, que pela Constituição (art. 231) só deveriam ter direito às terras que ocupassem em 5 de outubro de 1988, por lei infraconstitucional passaram a ter direito a terras que ocuparam no passado. Menos de meio milhão de índios brasileiros – não contando os argentinos, bolivianos, paraguaios, uruguaios que pretendem ser beneficiados também – passaram a ser donos de 15% do território nacional, enquanto os outros 183 milhões de habitantes dispõem apenas de 85% dele. Nesta exegese equivocada da Lei Suprema, todos os brasileiros não índios foram discriminados.

Aos ‘quilombolas’, que deveriam ser apenas os descendentes dos participantes de quilombos, e não os afrodescendentes, em geral, que vivem em torno daquelas antigas comunidades, tem sido destinada, tem sido destinada, também, parcela de território consideravelmente maior do que a Constituição permite (art. 68 ADCT), em clara discriminação ao cidadão que não se enquadra nesse conceito.

Os homossexuais obtiveram, do Presidente Lula e da Ministra Dilma Roussef, o direito de ter um congresso financiado por dinheiro público, para realçar as suas tendências, algo que um cidadão comum jamais conseguiria.

Os invasores de terras, que violentam, diariamente, a Constituição, vão passar a ter aposentadoria, num reconhecimento explícito de que o governo considera, mais que legítima, meritória a conduta consistente em agredir o direito. Trata-se de clara discriminação em relação ao cidadão comum, desempregado, que não tem este ‘privilégio’, porque cumpre a lei.
Desertores e assassinos, que, no passado, participaram da guerrilha, garantem a seus descendentes polpudas indenizações, pagas pelos contribuintes brasileiros. Está, hoje, em torno de 4 bilhões de reais o que é retirado dos pagadores de tributos para ‘ressarcir’ àqueles que resolveram pegar em armas contra o governo militar ou se disseram perseguidos.
E são tantas as discriminações, que é de se perguntar: de que vale o inciso IV do art. 3º da Lei Suprema?

Como modesto advogado, cidadão comum e branco, sinto-me discriminado e cada vez com menos espaço, nesta terra de castas e privilégios.

por Ives Gandra da Silva Martins

sábado, 8 de maio de 2010

Meninas Fáceis, por Luiz Felipe Pondé

Hoje há muita mulher sozinha que se veste pra si mesma num ritual macabro de vaidade

E AÍ, leitor de 15 anos? Diga-me cá uma coisa: é verdade que as meninas hoje transam muito? Quantas já deram em cima de você, fazendo você se sentir um frouxo se “não comparecer” quando ela quiser?

Atenção terapeutas de plantão: não me venham dizer que as meninas hoje em dia “evoluíram” e que querem meninos sensíveis, porque, para elas, meninos sensíveis só são bons para tirar sarro. E que fiquem fora da cama delas. Ou seria fora do carro delas? E aí, leitora de 40 anos, você acha esse papo muito vulgar?

Sinto muito, as meninas “evoluíram” e agora são senhoras dos seus desejos e isso basicamente quer dizer: são fáceis. Quer saber? Acho uma hipocrisia ficar lamentando que as meninas estejam transando por aí. Todo esse estardalhaço com relação “as pulseiras do sexo” é puro blá-blá-blá. Se as meninas estão transando por aí, é porque dissemos a elas que isso é legal, não?

Vejamos. Mas, antes, um reparo. Repito o que já disse: não acredito que se faça melhor sexo hoje em dia, acho sim que hoje existe muito marketing, muito papo furado, muita mulher sozinha que se veste pra si mesma num ritual macabro de vaidade e… muita gente brocha.

A chamada “revolução do desejo” serve para ganhar dinheiro com publicidade, livros de sexo chique e para aumentar a sensação, em seres humanos reais, de que todo mundo está transando menos você. Mães de 50 anos se deliciam em vender a imagem de si mesmas como máquinas de sexo. Na realidade, no silêncio de seu quarto escuro, são umas invejosas, que queriam ser como suas filhas: mulheres fáceis.

Professoras inseguras com seus corpos cansados, atônitas com a inutilidade última de toda sua inteligência diante da chacina que é a vida cotidiana, invejam as suas alunas deliciosas que desfilam pernas e seios por aí, dançando a dança do acasalamento. Sim, deveriam tê-las avisado que a vida se repete exatamente naquilo em que ela é miserável: medo, inveja, baixa autoestima e abandono.

Cursos chiques trabalham o corpo para que ele seja fácil de manipular na cama, no carro, no banheiro. Teorias psicológicas e filosóficas empacotam a vontade de ser fácil em papel de presente fingindo que existe mesmo uma coisa chamada “sexo revolucionário” . E aí, quando os padres fazem sexo com meninos, os revolucionários de meia pataca põem o rabo entre as pernas e se escondem porque não têm coragem de enfrentar o horror do sexo “livre”.

Não existe sexo livre, existe apenas sexo sem amor. Comédias de TV idealizam mulheres urbanas que transam assim como quem corre em esteiras aeróbicas (ou seriam “anaeróbicas” ?), calculando o “tamanho” de seus homens, se gabando, assim como homens boçais, da quantidade de vezes que gozam.

Músicas nas festas das escolas e nos aniversários de crianças cantam a banalidade dos gestos sexuais, fixando os olhos vazados das meninas no desejo de crescer o bastante para serem fáceis. Programas infantis ensinam a vulgaridade como forma de liberdade corporal na frente das câmeras.

Programas “teens” de TV elevam ao grau de guru quem transa aos dez anos, contanto que use camisinha. Pedagogas, sob o signo de preparar para a vida, barateiam os corpos das meninas ensinando sexo fácil como se fosse sexo seguro. Salvem as baleias, as focas, o verde, o planeta, os “baby monkeys”, mas transem fácil.

A forma como o aborto é tratado (todo mundo é a favor, menos os “tolinhos”) é prova de como o sexo e as meninas são artigo vendido às dúzias nas feiras de periferia. É isso aí: mulher fácil é mulher barata. Tem mais mulher do que homem no mundo (não estou seguro dessa informação, mas todo mundo diz que sim, principalmente as mulheres solitárias) e, com a liberação delas, o preço ainda caiu mais. A melhor coisa que existe para um cara que quer uma mulher barata é que ela pague suas contas.

Alguém precisa parar de mentir e avisar para essas meninas que a vida é uma chacina cotidiana. Que o envelhecimento chega sem que você espere, que o mundo fica repetitivo com o tempo, que as pessoas ficam previsíveis e que sexo fácil é sempre sexo sem amor. Avisem a elas que o amor é raro, difícil, caro, duro de encontrar, morre fácil, porque é sempre mal-adaptado num ambiente mais afeito a baratas do que a seres humanos.

Enfim, que uma das lutas contínuas da civilização é contra a indiferença porque homens e mulheres não são especiais e existem às dúzias por aí, a gargalhadas, como bonecos de cera sem graça.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Willtirando


Rererê! Muito dez!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Lobotomia

Mas o amor é tão incerto,
você sabe que ele é.
Nessa vida tudo é tão incerto,
tuas certezas, as minhas, nada nunca está perto.
E num destino um sopro tão discreto,
que ao piscar os olhos passa direto.
E os nossos sonhos de ontem para hoje em dia,
não fazemos hoje as promessas que ontem a gente fazia.
E o que é destino para nós?
E o que foi destino para você?
Quando todo dia a gente sente e sofre,
o que era certo hoje ninguém consegue entender.
A certeza morre junto de toda essa clareza,
e ninguém compreende na vida onde se esconde a beleza.
No perdemos nesse mundo cheio de cores,
aquelas tantas que também pintam os quadros de nossas dores.
Nada é certo, tudo é tão incerto,
do destino discreto um medo singelo.
O que será do amanhã com o que fazemos hoje?
E o que é hoje com o que fizemos ontem?
Será que vamos nos arrepender de tudo antes de morrer?
Era essa escolha a certa, será que há alguma certa?
E o que é a vida se não um mar de dúvidas,
onde até sonhar não é certeza de noite.
E o que pensava de ti será que amanhã ainda penso?
E o dia de ontem será que ainda é hoje?
Será toda essa profusão de tempo, espaço e rebeldia,
a fonte de tanta dúvida, medo e melancolia?
Você lembra de mim como um dia ainda vou lembrar de você?
Você pensa e chora por mim hoje como ontem já fiz por você?
E o que é nessa vida felicidade?
Também não sei definir nem o que é tristeza.
E o que é em nossos corpos nossos sentimentos?
Somos tão pequenos, somos tão covardes.
Nos esquecemos todo dia um pedaço de nós,
e no futuro próximo, hoje, não nos reconheceríamos.
A mente muda o humano que continua,
com seus sonhos pequenos e sua alma vazia.
O destino distorce o que o futuro constrói,
um mausoléu para vivos, memoriais para não-heróis.
Só sabemos o que é grande quando nos tornamos pequenos,
abrindo mão daquilo que nos tornava gigantes.
Ninguém pode saber o que vem pela frente,
mesmo se algum deus existe, ficaria surpreso.
É nessa guerra que o ser humano constrói,
num tempo tão incerto um amor tão concreto.

terça-feira, 16 de março de 2010

Ciclo de Subdesenvolvimento e Conformismo

O Brasil esta trancado em um ciclo de subdesenvolvimento. Por quê?

Vamos pegar um exemplo claro. Por que o Brasil produz tanta soja e mal produz trigo? Oras, se você é um agricultor querendo fazer dinheiro e está indo plantar soja, aviso a você, tu és um idiota. A soja, muitos pensam que é o ouro amarelo (com o perdão do trocadilho) da agricultura, mas não é, o verdadeiro “ouro amarelo” a ser plantado no Brasil é o trigo. O trigo é o vegetal mais rentável de ser plantado no Brasil e na maior parte do mundo, ponto. Se você plantar, por exemplo, um hectare de trigo no Brasil, você vai ganhar mais dinheiro do que se plantasse um hectare de soja. E mais, o Brasil consome muito e importa muito trigo, ou seja, temos uma grande demanda e uma concorrência baixa. Em compensação a soja, o Brasil consome pouco e exporta muito. Plantar trigo é bom para você, na pela do agricultor, e bom para o Brasil, que tem um sério problema com a oferta de trigo. Aliás, importamos trigo da Argentina, muito trigo, quer algo melhor do que tirar doce de argentino? Já a soja... Bem, como eu disse, o Brasil consome pouquíssimo e exporta quase tudo, principalmente para a soja. Plantar soja não é tão bom quanto plantar trigo para você, agricultor, e não ajuda em nada a realidade do brasileiro médio.

Isso nos leva uma pergunta: se o trigo é tão bom para nós, afinal, porque ainda produzimos tanta soja? Culpa do agronegócio? Fala sério, agronegócio quer dinheiro, agronegócio quer trigo. O problema é a grande pressão externa, principalmente da China, para o Brasil continuar a suprir o mercado com soja e que o retorno financeiro da soja, por ser exportada, vem em menos tempo. Mas se o Brasil, o país Brasil, precisa de trigo e não de soja, seria agora que o governo entraria, favorecendo a produção de trigo em detrimento da de soja, com benefícios tributários e subsídios, por exemplo. Mas porque isso não acontece? Porque o governo não ajuda? Pois é, o governo não se interessa em suprir essa necessidade do país, não por incompetência, mas por interesses próprios. Como disse, há grande interesse no exterior de o Brasil continuar a produzir soja e convenhamos, manter não só nós mas como boa parte do mundo no time dos subdesenvolvidos. Nosso governo, não particularmente este, mas qualquer um nos últimos e próximos tempos, se submete a essa pressão estrangeira e permite que o Brasil adote uma postura favorável para o estrangeiro, não para o brasileiro: a de grande exportador. Servimos de fazenda para os asiáticos comedores de soja enquanto o brasileiro comedor de pão paga os olhos da cara pela farinha de trigo e seus derivados. Vide, com que freqüência você come carne-de-soja? Você gosta de carne de soja? Ah, e pão? Com que freqüência come? Devemos produzir soja para estrangeiro ou trigo para brasileiro?

Mais, essa situação não termina aí, se estende por quase todo o nosso país grande exportador de matéria-prima e grande importador de manufaturados. Vamos para outro exemplo forte: minério de ferro. O Brasil é o maior exportador de minério de ferro do mundo, uau! Parece bom, que solo rico temos! O problema é exatamente este, porque exportamos tanto minério de ferro? No que ele é utilizado lá fora? Porque o Brasil exporta tanto desse bem tão necessário ao mundo e continua subdesenvolvido? Bom, provavelmente você sabe no que minério de ferro é utilizado, não? Para fazer ferro? Não tão simples, meu caro, mas para fazer aço! Aço, muito aço pelo mundo! O minério de ferro brasileiro vira aço pelo mundo! Legal? Não, péssimo! Vendemos nosso minério de ferro, como toda matéria-prima, com um valor agregado muito baixo! Toneladas por centavos. O mundo compra nosso minério, fabrica o aço e revende por aí a fora com um valor muito maior do que o gasto na compra do próprio minério! Em termos práticos? Nosso maior comprador de minério de ferro, a China. O que importamos muito deles? Aço. Que aço? O feito do nosso próprio minério! O preço pago por eles na aquisição de nosso minério é pago em muitas vezes por nós na compra do aço deles, feito do nosso minério! Nós estamos vendendo a vara para comprar o peixe! A China, maior economia do mundo, faz fortuna as nossas custas. Por que o Brasil, em vez de jogar no ventilador o dinheiro arrecadado com a venda do minério, não retém essa verba para financiar a construção de siderúrgicas? Se assim fizemos, em pouco tempo, em vez de exportarmos minério de ferro, matéria-prima de baixo valor, exportaríamos aço, manufaturado de grande valor! Seria dois coelhos numa cajadada só: cortaríamos gastos com importação e geraríamos receita com exportação. Deixaríamos de importar aço para exportá-lo. É tão básico que qualquer um pode perceber, exceto, claro, nosso governo. Que assim como no caso trigo-soja, parece não perceber algo incalculavelmente benéfico para o Brasil.

Quer ir mais longe? Continuemos no exemplo do aço. A renda per-capita da China é US$ 7.204 (2005), a do Japão é US$ 33.100 (2006). Concorda comigo que, proporcionalmente, o Japão é 4,5 vezes mais rico que a China, não? Mas, puxa, como? O Japão é um país tão pequeno, quase sem recursos naturais, como pode ser tão rico? Será que ele também compra minério de uns manés pelo mundo e vende aço? Não, meu caro, a coisa agora é ainda mais avançada. O Japão compra aço pelo mundo, manufatura, e vende carros! Carros e muitas outras coisas feitas de aço, com um valor agregado muito maior que o aço sozinho! Na relação matéria-prima>transformação>manufatura, o carro, exportação japonesa, ocupa o final da relação, o ponto mais rentável de todos. Já o minério, nossa queria exportação canárinha, ocupa o lugar mais baixo e menos rentável da escala. E para piorar, não temos uma única grande empresa nacional que fabrique carros! O Japão tem “apenas” a Toyota, maior do mundo! Até a China fez aquela sua, com o nome ambíguo, a Chana. Toyota feito com aço chinês, aço chinês feito com minério brasileiro, minérios brasileiro feito de... Pobreza? Por que diabos exportamos MINÉRIO?! Isso é coisa de terceiro mundo, de gente burra! Como, por favor, me diga COMO um país de nosso tamanho, 6ª, 7ª, sei lá, maior economia global não tem UMA, UUUUMA única fábrica de automóveis de porte!? É assim que o país pretende crescer, com uma administração burra dessas? Uma gerência que nos acomoda no subdesenvolvimento? Desculpe, mas, por favor, me diga um único país desenvolvido que sobreviva de exportações de matéria-prima.

Achou pouco, quer mais? Vamos falar a língua dos magnatas: pe-tró-le-o. Apesar de já ter seus dias contados, o ouro negro ainda gera muita receita para quem o tem, e mais, sabe utilizar. “Mas o Brasil é auto-suficiente em petróleo e exporta”. Não, meu caro amigo, não caia em propaganda de folha de revista. Isso é propaganda ufanista do governo para fazer carinhas felizes com meias verdades. Acha que não? Pois bem, o Brasil exporta petróleo, sim, mas também IMPORTA petróleo! “Quê? Como assim?” Pois é, amigo, o petróleo brasileiro é muito bruto, muito grosso, e nós não temos refinarias em capacidade suficiente para refiná-los para o que nos interessa, derivados de petróleo (gasolina, querosene, diesel, etc.) Então o que fazemos? Vendemos nosso petróleo “pesado” e importamos petróleo “leve”! E é com esse petróleo leve com que fabricamos a maior parte da gasolina que vai no seu carro. A gasolina no Brasil não é cara apenas porque a Petrobras é ou não uma sacana, mas ela é feita de petróleo importado! O petróleo brasileiro não é aproveitado aqui! Pergunto: quem compra nosso petróleo “pesado”? Quem tem a capacidade de refiná-lo. Ah, então a tecnologia existe e nós não a aplicamos aqui? Pois é. Nosso país tão “nariz empinado” em termos de petróleo importa petróleo pois não tem capacidade de refinar o próprio. Nossa “auto-suficiência” se restringe a exportarmos mais petróleo do que importamos, ou seja, se as importações simplesmente parassem, faltaria combustível no país e sobraria gosma preta que não conseguimos refinar. Uau, que auto-suficientes... De Marte, só se for. Onde estão as refinarias nacionais para refinar nosso petróleo e não precisarmos mais importar? Aliás, exportar petróleo é como exportar o minério, o lucro está em exportar derivados de petróleo. Pobre e bobo exporta petróleo, rico e esperto exporta gasolina, querosene, diesel, etc.! “E o Oriente Médio?”. Pois é, muita renda com o petróleo, tanta que não precisam refinar para ficar ricos e desenvolvidos! Ahn, desculpe, “desenvolvidos”? Ricos talvez, meia dúzia de marajás, mas o povo, mesmo... Xiiii...

É por coisas assim, exemplificadas aqui pelo trigo, minério e petróleo, que o Brasil se retém a sua cômoda posição de subdesenvolvido rico, e não desenvolvido MAIS rico. “Mais rico?”. Pois sim, digo sim, se todos os países do mundo tivessem o mesmo governo, a mesma eficiência, afirmo sim que o Brasil poderia, sim, ser a nação mais rica DO MUNDO. Mais que China, mais que EUA, mais que a Europa. Nós temos riquezas minerais como nenhum deles tem, temos terras férteis em quantidades que nenhum deles tem, temos recursos hídricos incomparáveis, um potencial energético gigantesco, mão-de-obra para tudo isso e... Uma sucessão de governos corruptos e ineficientes. Infra-estrutura pode ser construída, indústrias podem ser construídas, manufaturados podem ser construídos, só as matérias-primas que não, devem ser extraídas, e nós vendemos todas as nossas por aí, sustentando a riqueza de outros e mendigando moedas por aqui.

É extremamente ridículo se conformar com o desenvolvimento, alto ou baixo, do Brasil nos últimos anos. É extremamente ridículo se conformar com os problemas sociais que se perpetuam no Brasil. É EXTREMAMENTE RIDÍCULO acreditar que falta verba, falta dinheiro para resolver isso tudo. Mesmo sendo todo o caco que já somos, estamos entre as 10 MAIORES economias do mundo, e você vem me dizer que não tem dinheiro? Vem me dizer que não tem dinheiro para plantar trigo? Não tem dinheiro para fazer siderúrgica ou refinaria? Não tem dinheiro para tirar o povo da miséria, para fazer um sistema de saúde descente, educar toda essa gente, tirar favela e preparar polícia... VOCÊ ACHA QUE O PROBLEMA É DINHEIRO?!?! Meu deus, antes fosse esse o problema, nós não temos é vontade política e social!

Todos, todos os problemas deste país já podem ser solucionados; tudo, tudo nesse país já pode ser evoluído; todos, todos nesse país já podem ter renda, educação, comida, saúde, abrigo... E porque não tem? Nossa atual economia poderia SIM transformar a realidade social desse país num período de tempo muito curto, e mais, nossa atual economia poderia também ser multiplicada em muito pouco tempo. Podemos enriquecer mais que qualquer outro povo, mas onde estão as ferrovias, hidrovias? Indústrias, infra-estrutura? Emprego, educação? Onde, me diga, onde? Para uma das maiores economias do mundo e potencial maior economia do mundo você se contenta com ISSO? Isso que você vê pela sua janela, que você vê na TV? Se contenta com obrinhas que não mudam nada, desculpa de falta de verba, falta de educação, comida e saúde.

O patriotismo brasileiro pela atual realidade nacional é idiotice, estupidez, positivismo cego, burro e doente. Sentir orgulho dessa pocilga que temos aqui hoje é digno de nojo. O verdadeiro patriotismo brasileiro, o MEU patriotismo brasileiro, vem não de nossa realidade, mas de nossa capacidade. Nós somos o único país no mundo capaz de tudo, nós somos o herdeiro do trono, o gigante adormecido. Só nós, Brasil, temos uma energia acumulada capaz de chacoalhar a idade contemporânea como nenhum outro país. Só que, infelizmente, de nada adiantar ter o maior potencial, com a menor prática. Somos um Ayrton Senna, um Nelson Piquet, um Fittipaldi e uma Massa, todos sentados em um banco de praça, nenhum dentro do carro correndo. Nós somos, sim, um país de conformados, como o povo, corruptos, como os políticos e sonhadores, como eu. Onde estão os arquitetos, engenheiros e operários desta grande obra para construir nosso país? Enfim, eu possuo 21 anos, quase 22, e antes de construir meu país ainda estou me construindo como homem. Num futuro próximo, espero, esse homem que serei passará do time dos sonhadores para o dos construtores, um dos grandes construtores, um do tipo de faz Itaipu, maior hidrelétrica do mundo em energia gerada num país de déficit energético. Se meu sonho não pode mudar meu país, quero pelo menos marcar à ferro quente, para que sirva de inspiração para os sonhos de um próximo brasileiro, este, talvez, que finalmente mude o meu, o nosso, país.

Brasil: terra de muita gente, mas de poucos brasileiros.


Victor Tadeu Oliveira
(você ainda vai ouvir falar um dia, pelo menos assim espero)

sexta-feira, 12 de março de 2010

Lástima

Hoje mataram o Glauco, cartunista... CARALHO!!!
Que tipo de país é esse onde até cartunista é vítima de sequestro? O que eles podem oferecer além de uma caricatura!? Eles quem deveriam estar sequestrando para viver! Você sabe que um país já cavou abaixo da camada do Pré-Sal do poço quando até cartunistas são vítimas de sequestro!

Agora, com todo respeito, abriu-se um buraco na Ilustrada, um buraco de bala. Com tanto político vagabundo e rico por aí vão logo sequestrar um figura bem-humorada, crítica e popular como um grande cartunista, o Glauco? Isso é igual matar bombeiro, é isso que o Brasil é hoje, um país de assassinos de bombeiros e cartunistas.

PS: Lembram-se naquela onda de crime promovida em São Paulo pelo PCC? Pois é, então, eles atiraram contra bombeiros. Glauco morre hoje como mais um bombeiro do Brasil: uma pessoa de bem, cujo o trabalho só existe para nos trazer alegria e, mesmo assim, a violência endêmica do Brasil assassina sem nenhum pudor.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Felicidade?

Felicidade.
Felicidade é o quê?
Felicidade de que cor?
Felicidade de que cheiro?
Felicidade de que jeito?
Felicidade ou pó?
Felicidade.
Feliz?
Feliz como?
Felicidade de onde?
Felicidade como pode?
Felicidade é asneira.
Feliz é besteira.
Felicidade.
Felicidade quero.
Felicidade de onde?
Felicidade de onde vem?
Felicidade de velho.
Felicidade jovem.
Felicidade.
Felicidade morta.
Feliz acho impossível.
Felicidade é impossível?
Felicidade não existe.
Felicidade não.
Feliz?
Feliz, hein?
Feliz internado.
Felicidade virótica.
Felicidade doença.
Feliz é desejo.
Felicidade.
Tristeza.
Triste.
Tr...
T..
t.
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