sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Politicalha

E externa pela boca vômitos de palavras insólitas. Externa tanto que se a cabeça levanta pelos cantos da boca o vômito entorna. Tanto a quantidade que se impermeia as fissuras da sala, ela enche, de vômitos, de mentiras, e te afoga. Quantidade em marés de escândalos que se sucedem emporcalhando nossas roupas com resquícios do que um dia foi alimento, agora vomitado, rumo ao caminho das fezes.

Hipocrisia, demagogia. Loucura que extravasa o limite da psiquiatria, psicologia. Mente aos olhos daqueles que te elegem, limpa sua baba, da boca que não cala, na flâmula profanada cujo tal você, inevitavelmente meu irmão, também é filho.

Venda teu ânus pelo dinheiro, mas não roube o que é brasileiro. Abarrota o meio das nádegas de cédulas e moedas e as caga, de cócoras, escondido no banheiro. Tua mente, ética, estirpe de sanitário, volte-as ao sanatório e só traga-nos novamente esta merda quando for para adubo da suja flor do túmulo teu, policalha.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Yeah!

Que coisa, não? Já estou pondo outro post em tão curta vida deste blog. O que posso dizer? Há muitas coisas acontecendo sucessivamente aqui.

Hoje algo que eu queria, eu queria muito, como eu queria, aconteceu. Aconteceu pouco tempo depois de a necessidade surgir, verdade, mas aconteceu. Aconteceu de forma tão repentina, tão inesperada, que eu relutei em acreditar. Sabe quando você se prepara para o pior, prende a respiração, toma fôlego para mergulhar e, de repente, não precisa mais? A má fase passa e o pesadelo vira somente susto? Pois é, foi assim. Deve ser como ganhar na megasena acumulada, você vê os seus números, mas demora em acreditar que conseguiu.

Enfim, é engraçado. É algo que eu tenho há algum tempo, perdi, senti falta e voltou. De certa forma poderia dizer que voltou a ser como era antes, mas não vejo assim. É como uma experiência de quase morte: em teoria não muda nada, mas na verdade muda tudo. É como se você ganhasse uma segunda chance, pudesse morrer e voltar, tentar de novo.

Talvez as especulações imobiliárias façam com que alguns prédios deixem de ser construídos e se invista mais na reforma dos já existentes. Afinal, às vezes a melhor casa nova é a sua, redecorada. Para que olhar para fora quando aquilo que mais queremos já está lá dentro, contigo?

Olhe de fora

É impressionante como as coisas podem ser. Eu sento na mesma cadeira do lado da mesma janela há anos, pintado sempre o mesmo quadro de prédios que escondem o horizonte e o único movimento visível de nuvens acinzentadas cruzando os céus. Só daqui, sentado, olhando por minha janela, eu posso ver dezenas de outras janelas, dezenas de outros lares. Sei que a cada lar, uma situação, uma vida, mas morbidamente eu nunca vejo ninguém nessas janelas. São como se fossem dezenas de rostos sem face, dezenas de pessoas que não estão lá, dezenas de lugares vazios.

Posso dizer que todo ano erguem um novo edifício à vista de minha janela. Passo alguns meses vendo seus construtores, os operários distantes, pequeninos como formiguinhas, quase sem identidade, como se eu pudesse esmagá-los com os dedos. E ao fim, terminada a obra, mais um prédio, mais inúmeras janelas, mais saber que tem alguém em sua ausência, saber que pessoas existem mesmo sem vê-las, saber que há mais um personagem anônimo no quadro de minha janela.

Como se pode mudar um quadro já pintado? Eu já mudei de endereço desde que cataloguei esta situação, mas ela torna a se repetir. Torna a se mostrar miseravelmente a mesma. É possível que parem de construir mais deles, que eles se movimentem, que tenham vida? Eu estou vendo os prédios errados, de forma errada? Será esta uma sina normal a todos os seres humanos e apenas estarei eu dramatizando demais?

Eu queria poder derrubar prédios. Eu queria poder ter a força de um tufão. Arruinar a cidade e seus bairros, trazendo todo o concreto e tijolos ao solo. Queria poder limpar mais uma vez a terra de seu asfalto, reduzir novamente à areia e pedras as obras, revirginar a paisagem que eu poderia estar vendo de minha janela e então, aí sim, recomeçar o serviço das formiguinhas, pedaço por pedaço, parte por parte, casa por casa, ocupando cada janela e sem subir edifícios em número ao ponto de cobrirem o horizonte.

Talvez eu nunca derrube prédios, talvez eu nunca veja vida nas janelas. Talvez a cidade lá fora seja autônoma e imutável. Mas pensando bem, oras então, talvez eu remobilhe meu quarto e repinte as paredes! Enfim, esta janela vive! Não é porque lá vora está um caos que precisa estar aqui dentro também! Eu tenho as coisas e pessoas que quero, eu tenho as coisas e pessoas que eu amo, afinal, elas estão dentro de casa, não em uma janela lá fora.

O Dinheiro e a Química

Belo dia 20 de agosto em plena aula de química, chamou-me a atenção a semelhança da matéria dada pelo professor, velocidade de reações, e um tema bem mais mundano, o dinheiro. Apesar de ser uma matéria simples, muitos ainda não conseguem entender por falta de visão abstrata. Bem, quando você perceber que os quatro agentes que influenciam na velocidade de uma reação são os mesmos quatro que esvaziam o seu bolso ficará fácil.


1º- Superfície de Contato

Da mesma forma que uma substância dividida em pedaços menores reage mais rápido, assim também é o dinheiro. Por exemplo: quanto dura uma nota de 50 reais e quanto duram cinco notas de 10 reais? A pior coisa que pode acontecer para quem pretende economizar é ter suas notas de maior valor divididas em notas menores. É o início do fim!

Eu posso passar dias, semanas, com uma notinha de cinquenta guardada na carteira sem nunca tocar nela, somente lidando com trocados, mas no maldito dia em que eu usar aquilo para pagar algo e reduzi-la em pequenas cédulas de menor valor... Foi-se! Inexplicavelmente surgirão milhares de situações e necessidades clamando por um real aqui, dois ali, cinco acolá... E quando me der por conta... ACABOU!

Isso tudo, claro, em se tratando de cédulas, não moedas. Se você acha que não conseguiria gastar um milhão de reais e apenas um dia experimente ter um milhão em moedas. Só o que você vai perder caindo do bolso e tento preguiça de se abaixar e pegar será o suficiente para comprar um carro importado.


2º- Natureza dos Reagentes

Na química, quanto maior o número de ligações entre os átomos, mais difícil será a reação. Com o dinheiro isso se traduz na sua ligação com sua proveniência: salário, ganho, economizado, achado, etc. Mas, em relação à química, é inversamente proporcional! Quanto maior a sua ligação com a fonte de renda mais fácil será para o dinheiro desaparecer!
Pense. O quanto dura aquele dinheiro que de vez em quando você ganha de seus pais? Até que rende bem, não? Dá para sair de noite, comprar o que esta faltando, comprar uma bobagenzinha e ainda sobram uns trocados. Mas, agora, quanto dura o salário?! Não dura nada! Você recebe 50 reais de seus pais, mas o seu salário de muitas vezes isso parece que não rende nada! Se você pensar em sair de noite, comprar o que esta faltando, uma bobagenzinha e ainda sobrar troco com o seu salário, esqueça! O que você vai conseguir é uma depressão até o início do próximo mês!

E o dinheiro economizado, então? Dias, semanas e até meses economizando o troco de qualquer coisa para juntar um graninha legal e quando você vai gastar... PUF! Em compensação aquela nota de cinco reais que você achou na sarjeta já está criando mofo na carteira!
Em resumo. Quanto maior o seu apego com o dinheiro, mais fácil ele irá embora.


3º-Temperatura

Este caráter químico a maioria é capaz de assimilar. Quanto mais quente, mais rápida a reação, quanto mais frio, mais lenta. E com o dinheiro? Bem, quanto mais quente, mais rápido é gasto, quanto mais frio, também mais rápido é gasto!

Desista. São nos extremos de temperatura que você mais gasta seus pobres mangos, pilas, contos e semelhantes. Seja no calor com uma gelada ou no frio com um vinho. Seja para encher a cara de sorvete ou para comer um crepe.

No calor você vai querer sair toda noite porque uma temperatura assim nesta hora é convidativa. No frio você não vai querer sair de noite? Claro que não! Mas vai de vez em quando para o shopping! Daí ferrou do mesmo jeito! E além do mais vinho, uísque e conhaque custam muitos mais do que cerveja!

Enquanto no calor você vai gastando pouco, mas continuamente, no frio você gasta muito, mas mais intercaladamente. A solução talvez fosse uma temperatura mais amena, não? Que nada, daí você junta os dois e daí que ferrou de vez!


4º- Catalisador

Provavelmente tanto na química quanto no dinheiro o fator com maior capacidade de acelerar as coisas é o catalisador. Na química o catalisador é uma substância que adicionada a reação faz com que essa aconteça mais rápido, até muito mais rápido. No dinheiro também temos diversos catalisadores que corroem nossos bolso: amigos, namorada, álcool, férias, fim de semana, feriado, etc, etc, etc².

Eu já desisti. Sempre que você está tentando economizar alguma coisa aparece aquele teu amigo corno chamando para ir num lugar que você não estava morrendo de vontade até o convite aparecer. Você está com o bolso pesado da grana e é só sair uma ou duas vezes com seu par que, pronto, tá levinho, levinho. Você decide tomar somente um chope, e lá vem o segundo, então aquela dose cara de uísque e bêbado tudo fica mais barato. Você passou um tempão economizando, poupando, para no primeiro bom fim de semana sumir tudo. E isso tudo com cada um dos muitos possíveis catalisadores agindo individualmente, o que é raríssimo, geralmente eles se somam! Pense nos feriados prolongados em que você sai para tomar umas com os amigos! Haja força de vontade e concentração!


Concluindo

ESTAMOS TODOS FERRADOS!
Ah, qualé? Depois disso tudo não preciso escrever uma conclusão. Isso aqui não é texto de jornal ou vestibular. E de qualquer maneira a conclusão seria só uma forma mais sugestiva de dizer isso, mesmo.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Escrevendo

Hoje criei o meu blog. Depois de tanto tempo dizendo que iria criar, com vários motivos a favor, eu finalmente o fiz. Bem, na verdade, para ser sincero, refiz. É que o primeiro teve uma meia-vida de um minuto: um minuto para criar, um minuto para apagar.

Não faço a mínima idéia do que será escrito aqui. Mentira, faço sim. A questão é que sempre gostei de escrever, mas quase nunca me senti confortável em mostrar. Eu escrevia e escondia, sem mostrar para ninguém, e isso me agoniava. Esses textos secretos predecessores, ainda em papel, eram uma forma de desabafo pessoal, sem qualquer intenção de testemunhas. Era uma época que eu não tinha muito com quem falar então, bem, falava comigo mesmo, no papel, geralmente na forma de versos.

Tempos modernos, agora. O que eu já havia escrito foi-se. Felizmente para nunca mais voltar. Como eu não tinha coragem de jogar fora, ficava arquivando, alguém de confiança, a única pessoa para quem mostrei, o fez por mim. Aleluia, irmão! Vida nova! Posso recomeçar a escrever do zero e daqui a cinco anos peço para alguém apagar o meu blog para mim!

Ah, antes de terminar, só deixar claro. Nem tudo são bons ânimos com este blog. Estou numa sensação pós-apocalíptica literária de tudo destruído e reconstruindo do zero.
Goste eu ou não, escrevia e guardava aqueles textos desde outubro de 2004 e funcionavam como uma espécie de álbum de fotografias para mim, com memórias de situações que passei; raríssimas boas memórias, que fique claro. Me machucavam, era melhor sumir, mas, sabe, é como autorizar amputar sua perna gangrenada.

Agora, reboot, reset, restart, try again, continue, one more credit. Quero fazer as coisas como eu deveria ter feito. O que passou, passou, e como diria aquele canal Boomerang, “o que é bom, volta”, logo não quero ter medo.

Pedra e água

É impressionante como as coisas podem mudar. Como você pode ser pedra num dia e água no outro. Como às vezes você se sente horrível, como um peixe suspenso no ar pelo anzol, mas pior ainda quando se desprende deste anzol e fica em queda livre.

Eu cometi muitos erros, sim. Erros demais para uma vida de 21 anos ou, pelo menos, para a minha vida de 21 anos. Sempre existe aquele papo de gente que não anda, com problemas piores que os seus. Só que o tamanho do problema dos outros não tornam os seus próprios prolemas menores na dimensão da sua vida. Desde que me conheço por gente madura, isto é, tomando decisões por conta própria, eu erro. Na verdade começou bem cedo, na fase da inocência, quando algo horrível que fiz tornou-se uma sombra em minha consciência. Sombra, esta, hoje já apagada, mas a inauguração de um verdadeiro off - road de erros e tropeços.

Sabe, eu sempre quis saber: quantos erros pode cometer um indivíduo dentro da fase do tolerável? Existe uma fase tolerável? Se sim, quando ela começa, quando ela termina? Como se livrar de um vício de nunca fazer nada direito? É possível perdoar-se? Não culpar-se e confiar cegamente em si mesmo novamente, ou ao menos, uma primeira vez?

Quantas perguntas e nenhuma resposta. É como naquele comercial que diz que são elas, as perguntas, e não as respostas, que movem o mundo. Bom, eu sempre tive dúvidas e cá estou, acabado. Está na hora de adquirir algumas respostas e menos perguntas.